sábado, 28 de novembro de 2009

Resenha do livro "Rádio: 24 Horas de Jornalismo"

por Maxsuel Siqueira

*Originalmente publicado em Papo Livre

Marcelo Parada, diretor de jornalismo da Rádio Bandeirantes, é o autor do livro Rádio: 24 Horas de Jornalismo, um manual amigo do estudante que deseja descobrir a linguagem do rádio.

Ao todo são 14 capítulos que vão desde “O que é notícia?” até “Como conseguir o primeiro emprego em rádio”. Tão objetivo quanto o texto no rádio, são 138 páginas no total, sendo, em média, somente oito páginas por capítulo.

Um livro para ser lido em dois dias tranquilamente. E para estar sempre acessível na hora de escrever o roteiro de um programa. Por se tratar de um guia, os tópicos podem ser lidos de forma não-linear. Mas é tão conciso que deve ser lido por inteiro.

Marcelo Parada traz o significado do radiojornalismo e a importância que o rádio tem nas nossas vidas. O livro é indispensável para quem pensa em seguir uma carreira no rádio, já que há dicas de como fazer uma boa matéria, apresenta a redação, explica a identidade do veículo e aborda peculiaridades em relação à TV, ao jornal e à internet.

O autor também relata experiências pessoas, situações práticas em que os acertos e os erros se mostraram beneficentes no quesito aprendizagem. Ele reúne e compartilha ensinamentos que só se encontra em bons manuais de redação; ou “quebrando a cara”, no dia-a-dia da atividade.

Parada compara o modelo de noticiário dos EUA ao nosso, observando que somos mais flexíveis na hora de abrir mão de um roteiro pré-programado para dar ênfase e cobertura total a um fato relevante que não possa esperar.

No capítulo 11, intitulado “O ouvinte-repórter”, o autor lembra que o rádio foi pioneiro na criação do público participativo. Ele conta que em 1993, na Rádio Eldorado, vivenciou o momento em que o ouvinte passou a participar do noticiário, sendo batizado de ouvinte-repórter; Algo que ganhou uma dimensão maior a partir da Web 2.0 e potencializou o papel social do veículo.

Essa passagem mostra a função da tecnologia na maturidade do processo de produção e veiculação de notícias. No primeiro momento, o celular havia acabado de chegar a São Paulo; No segundo, o computador pessoal se popularizou.

Mino Carta, que assina o prefácio desta edição da Panda Books, diz que o rádio aqui no Brasil é o veículo de comunicação melhor resolvido. “O rádio desenvolveu um estilo próprio, original, dotado de força inventiva e, frequentemente, sendo de humor”, afirma. E acrescenta: “no capítulo ‘Treinamento Valioso’, estão alinhadas 28 regras, cujo cumprimento é determinante para a elaboração de um bom texto radiofônico”.

Por fim, o livro se põe na posição de orientador e esclarece dúvidas de todos aqueles que desejam investir nesta carreira. Parada desmistifica a profissão e joga aberto com os anseios dos futuros profissionais de comunicação. Um livro indispensável – inclusive para os veteranos que se mantém na posição de aprendizes para a vida inteira. Uma leitura que dá boas-vindas aos recém-chegados como poucos professores são capazes de fazer.

Nenhum comentário: